Dos Para Allá, Dos Para Acá

BE038512Mestre Bezerra da Silva, em sua imensa sabedoria, sempre dizia que nunca viu ninguém dar dois em nada e que se visse tava tudo bem. Essa é a Lei do Morro que ele nos ensinou a seguir. Com o devido respeito ao cadáver ilustre do Embaixador das Favelas hoje a Bagaceira vai dar uma de dedo de seta, boca-de-radar, computador do capeta e entregar de bandeja 3 bolerinhos da melhor qualidade. Não faz essa cara, não. Bolero é musica perfeita pra dançar.

Não estou zoando, o bolero merece respeito. Não existe coisa mais jeca do que desdenhar daquele que talvez seja o único gênero musical que, a despeito de sua certidão de nascimento hispano-mexicana, seja parte integrante da cultura de todos os países da América Latina. Se liga que o bolero é pai biológico do samba-canção, do mambo (bolero-mambo), do cha cha cha, da salsa e da bachata da República Dominicana. Ou seja, do mesmo jeito que o Bezerra era bem chegado e considerado em qualquer jurisdição, nas Américas o bolero está sempre em casa.

Aposto que depois de ouvir o Trio Los Panchos e Eydie Gormé, que, desfiando o clássico de Alvaro Carrillo, Sabor a Mi, você também vai achar o bolero legal.

Ouve agora aquele que é considerado um dos maiores interpretes do bolero mundial, o chileno Lucho Gatica, arrebentando com um dos boleros mais tristes e bonitos que existem, La Barca, de Roberto Cantoral.

Pra encerrar essa seção cucaracha ouça bolero mais conhecido do mundo, já gravado por Beatles, Gal Costa e Frank Sinatra. Besame Mucho, de Consuelo Velásquez, interpretado pelo ícone pop Javier Solís.

Adios, muchachos!